Ideias que funcionam.

Peço licença para emprestar o tagline da OpusMultipla, mas é para uma boa causa.

Há 25 anos, estreava o filme 1894 da Apple e que, ainda hoje, é considerado como o maior filme publicitário de todos os tempos. Exagerada ou não, a classificação confere ao comercial a sua real importância e o insere em todos os halls of fame da comunidade da propaganda.

A ficha técnica.

O filme, estreou dia 22 de janeiro, no intervalo da transmissão do Super Bowl, a maior audiência da TV americana. A agência da Apple era a Chiat/Day. O roteiro foi criado por Steve Hayden e Lee Clow, custou US$1,5 milhão, foi dirigido por Ridley Scott e aprovado por Steve Jobs.

A idéia.

O roteiro se baseia na sociedade oprimida descrita no romance 1984 de George Orwell. Um regime autoritário em que a tecnologia e as máquinas estão a serviço do Big Brother. A história do comercial narra uma atitude revolucionária, vivida por uma loura em trajes de maratonista, que vai contra tudo isso. Fechando o filme, a assinatura faz o link entre o lançamento do Macintosth e a referência profética de Orwell: Em 24 de janeiro a Apple vai lançar o Macintosh. E você vai ver porque 1984 não será com “1984”.
Se você não viu ainda clique aqui, se você que rever clique aqui.

A repercusão.

Com apenas essa inserção, o comercial “1984” obteve milhões de dólares em mídia espontânea por todo o mundo. Além de posicionar a marca Apple como uma empresa revolucionária e inovadora - posicionamento que mantém, coerentemente, até hoje.

A lição.

Reduzir todo esse case espetacular a apenas uma ideia é exagero. Porque, na verdade, são várias boas ideias. Por exemplo, exigir Ridley Scott dirigindo já é uma grande idéia. Veicular no Super Bowl é outra, por sinal, cara pra cacete. Lançar o Macintosh depois do barulho do comercial, é uma terceira idéia, que deve ter envolvido distribuição e logística.

Por outo lado, tudo começa com uma grande idéia. E, acredito, uma das medidas de uma ação brilhante não é apenas o seu charme criativo, mas também a sua capacidade de comportar estratégias, informações e posicionamentos sem deixar de ser ideia.

Acho que essa é a ideia. E tem funcionado.

Quarta-feira: expediente normal após às 12h.

Mesmo antes das Olimpíadas, a cultura milenar chinesa já era bem difundida no ocidente e após os jogos, então, nem se fala. Tanto é que até o ano novo chinês que caiu no dia 26 de janeiro, foi noticiado com destaque na mídia e as suas comemorações registradas pelas primeiras equipes de reportagem dos veículos.

Da mesma forma que os calendários de todas as culturas, o chinês tem origem nos ciclos da natureza, no caso o do sol e da lua, ajustados aos hábitos e a ciência de cada civilização. Por isso, a data do seu ano novo é variável e não coincide como o 31 de dezembro ocidental.

A tese é antiga e na vida real faz tempo que é praticada, mas será que não é hora de adotarmos oficialmente o Carnaval como a virada de ano brasileira. Tudo bem que a nossa tímida civilização, modestamente centenária, não tenha o mesmo peso dos milênios orientais e talvez nem sobreviva aos séculos. Mas um dia teremos que assumir nossas idiossincrasias culturais perante a grande aldeia para, de alguma forma, posicionarmos a marca Brasil no mercado da cultura globalizada.

Pode parecer um tanto bizarro aos olhos dos que sonham com uma europa tropical, mas é, no mínimo, coerente e tem bases históricas e fundamentos sociológicos muito mais consistentes que o horário de verão, por exemplo. Afinal, a sua origem tem a ver com as festividades que antecedem o início da Quaresma nos paises cristãos.

De qualquer forma, na quarta-feira de cinzas depois do almoço é que ano começa de fato para nossa civilização multimarca.

Que, nessa edição, ele seja bom para a maioria que merece.

Para quem você deveria enviar o seu portifólio.

O jornal O Estado de São Paulo divulgou ontem, dia 16 os nomes dos dez jurados brasileiros em Cannes. Anote aí.

Cyber Lions - Eco Moliterno (VP de criação da Wunderman)


• Design Lions - Luciano Deos (sócio e diretor de criação do GAD Branding & Design

Direct Lions - Rui Piranda (diretor de criação da Giovanni+DraftFCB)

Film Lions - Sophie Schoenburg (redatora da AlmapBBDO)

Media Lions - Gleidys Salvanha (diretora de mídia da W/)
Promo Lions - Marcelo Heidrich (presidente da Ponto de Criação)

Outdoor Lions - Alexandre Peralta (sócio e diretor de criação da PeraltaStrawberryFrog)



• PR Lions - João Rodarte (diretor da CDN)

Press Lions - Leo Macias (diretor de criação da Talent)

Radio Lions - André Faria (diretor de criação da F/Nazca)

Titanium e Integrated Lions - não tem representante

Sexta-feira 13, a lua deve estar se enchendo de ficar na casa de libra.

Júpiter em aquário, à direita de que vem e à esquerda de quem vai.
Com essas configurações astrais, não é prudente apresentar ideias que não sejam simples e banais.
Nem é um bom período para trocadilhos, ainda que originais.
Por outro lado, em seu recolhimento, a lua favorece as saídas genias.
Por sorte, o dia do azar cai numa sexta-feira, que é sempre véspera da paz.
E o sol nos sugere que hoje, sair um pouco mais cedo, não é nada demais.
Na certa, encontraremos algum japonês que nos ensine os seus hai-kais.

Para aceitar continue na linha.

Deu no m&m online que as conexões de telefonia móvel ultrapassam 4 bilhões. Esse número absurdo consta de uma pesquisa divulgada pela GSMA, uma entidade que representa “the interests of the worldwide mobile communications industry”. E que analisa essas coisas que são ainda mais relevantes do que parecem, pois definem o nosso destino como simples componentes integrados à indústria de tecnologia.

Segundo as previsões dos senhores do futuro, em 2013, o número de celulares vai chegar a 6 bilhões de aparelhos. Atualmente, por volta 100 milhões de conexões móveis são via banda larga e apenas 1milhão e 700mil estão no Brasil.

Esse estudo será detalhado, segundo a nota, durante a Mobile World Congress, que começa na semana que vem em Barcelona.

Imensas oportunidades, extraordinários benefícios e incríveis transformações, nos esperam e estarão detalhados na nossa conta de celular. Nada contra, só temos que ficar muito atentos para não sermos conectados de laranja em uma aventura que traga mais encrencas do que vantagens.

Por exemplo, 6 bilhões de baterias espalhadas pelo planeta devem fazer um estrago razoável. Sem contar com o aumento dos efeitos colaterais que a expansão da comunicação móvel trouxe com ela, como as clonagens, roubos e os sistemas de comunicação do crime organizado.

Por outro lado, embora pareça ingênuo, é sempre bom sonhar com o “mundo melhor” prometido a cada grande salto ou novidade tecnológica, acho que é assim que a gente aprendeu a caminhar. Incorrigíveis trapalhões sempre tentando conciliar os interesses de acionistas aos da humanidade e se possível aos nossos próprios.

A diretoria não joga dados com o universo.

Na prática, muitas vezes, o consumo percorre caminhos um tanto incomuns. E embora se investigue com bastante atenção todos os processos que regem as decisões de compra, ainda assim existe bastante espaço para o inesperado. Por esta razão, a sorte ou a falta dela terão sempre um lugar garantido na literatura do marketing e na construção dos cases memoráveis e dos fracassos exemplares.

E uma vez ocorrida a zebra, como num passe de mágica, a ação passa da esfera sombria do imprevisível para as luzes deslumbrantes do raciocínio estratégico, que reúne toda justificativa teórica para explicá-la - quem já passou pela inesquecível experiência de escrever um case sabe como funciona.

Nem é preciso dizer que a competência e a ousadia dos planejadores sempre serão destacadas como fator determinante para o sucesso. Porque no mundo narcisista dos negócios, talento e inteligência devem sempre reinar soberanos sobre a sorte e o acaso, fenomenos regidos por forças superadas e fora de moda como deuses e natureza.

E, por uma simples questão de coerência sistemica, para explicar os fracassos é preciso também reunir alguns dados sobre a incompetência o que, convenhamos, é muito mais fácil.

A criação nos tempos da crise

Não vamos discutir o sexo da crise, nem tão pouco se ela existe como evento econômico real ou se é mais uma conspiração dos donos do mundo. Quem sabe seja a danada apenas o resultado das molecagens financeiras convenientemente referendadas pelos palhaços globais. Entretanto, especulações só pioram as coisas, até porque numa área em que tantos experts falharam, quem somos nós para ousar uma explicação?

Mas, tal qual os duendes, você não precisa acreditar, mas que eles existem, existem.

McCann, DM9 e Eugênio dispensaram antes do final do ano passado. E, apesar de serem agências importantes, as suas demissões não devem ser vistas como um indicativo de baixo astral à vista. Porém, mais do que o ajuste inevitável a um novo desenho econômico, o que devemos temer, enquanto profissionais de criação, são as coisas malucas que se farão em nome da crise.

Por isso, além de não contrair dívidas de longo prazo, é prudente iniciar alguma atividade que promova o equilíbrio e expanda a nossa tolerância emocional, como Ioga, Tai Chi Chuan ou reuniões da Amway. Além disso, não vá trabalhar sem o tradicional raminho de arruda e um protetor bucal daqueles de boxe ou artes marciais.

E, já que vamos levar porrada, se soubermos em que parte seremos mais golpeados pode ser que doa menos.

Cinco dicas para criar na crise:

- Se em tempos de demanda reprimida o cliente já pedia para aumentar a marca, agora é recomendado reservar pelo menos um quarto do espaço disponível para a assinatura. Isso não vai impedir que a solicitação não ocorra, mas pelo menos você ainda terá três quartos do seu espaço para fazer média com o freguês.

- Mesmo com as circulares da administração, solicitando o uso racional do Xerox, você vai ter que dobrar o número de opções apresentadas. As melhores, tal como nos bons tempos, continuarão indo para o lixo. Em compensação, pense bem antes de rasgar as mais fraquinhas. Agora, além de ter mais chance de aprovação, o seu aproveitamento vai contribuir para manter o bom relacionamento com o administrativo.

- Os briefings estabelecerão índices olímpicos para os seus objetivos e verbas franciscanas para sua realização. Expressões como “desafio”, “oportunidade”, “grande chance”, “bom trabalho”, estarão cada vez mais presentes para nos motivar nesse momento difícil. Todas seguidas de triplos pontos de exclamação. E, para finalizar, a sincera expressão de comprometimento e solidariedade: “Qualquer dúvida estou à disposição.” Infelizmente, as informações básicas terão que ser levantadas e/ou adivinhadas pela criação.

- Ainda assim, nunca desista da ideia, porque mesmo na crise nem todo mundo fica burro. E boas ideias sempre fazem bem para quem as têm e, invariavelmente, dão resultado para quem as aproveita. Desnecessário explicar como isso é vital em dias cinzentos.

- E, se apesar de grampear o tapete sob sua cadeira, você tomar um pé na bunda, siga em frente. Arrume a pasta, matricule-se num curso de inglês, tome um porre, faça uns frilas, conheça umas minas. O mundo sempre vai precisar de profissionais de criação. Outro dia, um redator de uma conhecida agência paulistana me confessou: “Sabe que quase todas as agências em que trabalhei não existem mais.” Confesso que não entendi bem o que ele quis dizer com isso, mas na hora fez o maior sentido.

Phelps também é bom de bola

Hoje em dia, que mal poderia existir no fato de um carinha de 23 anos dar uma bola eventual numa festa na Universidade da Carolina do Sul?

Bom, se não envolvesse a imagem de marcas como Kellogg, Subway, AT&Te Hilton, seria apenas mais uma passagem de juventude para ser lembrada nos tempos da velhice. Passagem, aliás, muitíssimo menor do que as 8 medalhas conquistadas, há alguns meses, em Pequim ou as 6 em Atenas, em 2004

Mas, usando um vocabulário mais apropriado à situação, a parada sujou quando o jornal britânico News of the World publicou em sua capa a foto do campeão Olímpico, literalmente, com a boca na botija. Depois do incidente é claro que o rapaz se retratou no melhor estilo bom moço arrependido. E, no fim, as marcas conservadoras ainda tiveram uma exposição extra.

Como demonstrou o epsódio, tudo é uma questão da perfeita interação entre o comportamento do patrocinado e posicionamento do patrocinador. Um aspecto simples nas cláusulas do contrato, mas fora de controle na vida real. Se o campeão tivesse contrato com a Harley-Davidson, Fender ou MTV – talvez o paparazzi de plantão nem tivesse perdido seu tempo numa foto tão sem graça.

Mais crianças na publicidade

Começou a veicular o comercial "Bebê gigante", que faz parte de campanha "O que importa para você", criada pela JWT Curitiba para o HSBC. O filme, estréia no intervalo do programa "Big Brother Brasil 9", da Rede Globo.

O roteiro, criado para o crédito imobiliário do HSBC, apresenta um jovem casal que enxerga sua casa pequena com a chegada do filho.

O Conar não está para brincadeira

Ainda esses dias, o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária, o Conar, determinou a suspenção imediata de cinco comerciais dirigidos diretamente ao público infanto juvenil. Segundo o M&M online.

Nickelodeon, Mattel e Tim foram notificados.

De acordo com a decisão do Conar, os comerciais autuados - não sei se é uma boa palavra -, não poderão ser veiculados até um parecer final do Conselho de Ética do Conar, que deve acontecer em março.

Como sempre, não faltaram justificativas para a decisão. O fato é que devemos ficar atentos para que a saudável aplicação das normas de auto-regulamentação não se transformem em um instrumento de censura à liberdade de expressão.

Dedicação total ao e-commerce

Todo mundo se perguntava por que a Casas Bahia ainda não tinha o seu portal na internet? Um canal de relacionamento comercial que, pelo menos no caso do Brasil, pode não representar lá muita coisa volume no varejão mas que também não dá para ficar de fora. Bem, agora a pergunta deve ser reformulada para: por que só agora, dia 02 de fevereiro, a Casas Bahia entrou no forró eletrônico? Afinal, como diz o refrão, quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai.

Segundo o Meio & Mensagem, a rede vai investir em banners nos grandes portais e contará com ferramentas do Google por meio de um canal no YouTube, links patrocinados e busca orgânica para garantir tráfego.

Vamos ver se o cangacerinho fica bem na tela dos computadores, cada vez mais presentes nos lares do povão.
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