Lugar sem fala

 

É fácil constatar que a fala está deslocada e não possui nenhuma legitimidade para se manifestar sobre esse lugar distante, diferente e perigoso que é o Afeganistão. Quanto se sabe? De quem se fala? Qual a sua, a minha, a nossa experiência real dentro deste capítulo violento da história, além de acompanhar em tempo quase real a versão sempre editada nos canais da mídia ocidental?


Mesmo assim é dolorido imaginar que, hoje, no Dia Internacional da Igualdade Feminina, mulheres e meninas afegãs - sempre elas - estejam precisando de muito mais do que da nossa passiva audiência e da impotente, apesar de sincera, solidariedade. 


Por isso, espero ingenuamente que todas as nossas falas, de alguma forma legitimadas por esse retrocesso anunciado, possam ocupar os púlpitos, tribunas, ruas e canais oficiais para enfrentar no campo da civilidade essas obscuras estruturas de opressão. Que sejam, enfim, a voz e a redenção dessas meninas e mulheres outra vez subjugadas, mesmo que todas essas falas estejam um tanto fora do seu lugar.






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