Um mundo melhor para quem?


Definitivamente, as marcas estão engajadas em transformar o mundo. Cada vez mais, patrocinam projetos, empoderam grupos e veiculam campanhas marcadas por hashtags criativas e mobilizadoras.

No entanto, não é de hoje que as corporações investem em iniciativas de alcance social.  E o fazem por diversas motivações, que vão das crenças dos membros do conselho até a fria conciliação de balanços. Não importa, bem ou mal, o bem foi sendo feito.

A mudança é que as empresas e seus intrépidos gestores de marketing começaram a perceber que essas ações eram, na verdade, belas roupagens, esquecidas no armário, que poderiam vestir muito bem o corpinho obediente de suas marcas.

Afinal, mobilizações e causas sociais vão bem com jeans, arrasam com um básico e não ficam devendo nada em qualquer tapete vermelho.

Enfim, as marcas poderiam esquecer o envolvimento com o meio ambiente, já degradado e fora de moda, hoje apenas um acessório que, embora relevante, é melhor passar despercebido.

A dificuldade, entretanto, está em tornar a proposta sustentável. Citando a recomendação em Mateus que, para ser evangelista, também tinha de ser craque em branding: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”.

Um mundo melhor é a promessa que costura toda essa coleção de ações, intensões e pretensões do bem. Mas melhor para quem? Para o acionista, para carreira do CMO, para o futuro do CEO, para o prestígio da marca? Certamente. Não importa, bem ou mal, o bem continuará a ser feito.

A questão é: as organizações, proprietárias das marcas, estão elas mesmas preparadas para transformação que propõem em sua comunicação?

Vamos combinar que um mundo melhor - além da hashtag -  pressupõe mudanças incompatíveis e, às vezes, inconciliáveis com as expectativas dos acionistas e difíceis de bancar na vida real das empresas. O pior dos mundos.
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