1 Os
pontos de exclamação, que se contentavam em finalizar com entusiasmo os jobs, continuam
ganhando espaço em todas as mídias e extrapolando a função de enfatizar emoções e títulos de varejo.
2 As
marcas, atualmente conhecidas como logomarcas, ocuparam um espaço cada ainda maior no lado direito inferior dos anúncios. E, no ano que passou, qualquer corpo abaixo do 14 foi considerado
ilegível para aprovação. Isso quer dizer que a miopia foi substituída pela
hipermetropia em marketing.
3 Francesc
Petit, o P da DPZ, cumpriu seu estágio na agência Terra. Quem trabalhou ao seu
lado diz que era foda, mas pelo seu nome devia ser apenas meia foda. Deixa grandes
trabalhos e leva em sua pasta os melhores anos da propaganda brasileira.
4 O povo
foi para rua, mas levou seus smartphones. Sua voz entrou por uma orelha
e saiu por outra. Ficaram as postagens. Não são só 20 centavos, diziam. Talvez por isso, mais de 20 milhões de brasileiros adultos sofram de
azia, segundo estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde.
5 Enquanto isso, os mocinhos foram para Riviera Francesa: Hugo Veiga e Diego Machado, abocanham o Grand Prix na categoria Titanium para a Ogilvy Brasil,
com Real Beauty Sketches para Dove/Unilever.
6 País estranho esse nosso. Talentoso, cínico, corajoso e imprevisível.
7 O Supremo Tribunal Federal existe mesmo
ou é resultado das nossas ingênuas projeções de justiça? Embargos
infringistes - bem que poderia ser nome de uma banda de adolescentes rebeldes.
8 E da Copa ninguém escapa. É a pátria
de chuteiras do Nelson Rodrigues que, a cada quatro anos, se engana à procura
de uma identidade que vai durar exatamente um mês.
9 E logo em seguida eleições para
Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual. Agora é a pátria descalça
- ou melhor de Havaianas, para dar um tom mais classe média - que, a cada quatro
anos, se engana escolhendo justamente quem não a representa.
10 Um ano legal para inventar, atuar e
torcer.