Nem só de texto vive o texto

O startup do iMac soa como o canto de um galo de silício, anunciando mais uma aurora digital. Num instante, o espaço está transbordando megahertz, ultravioletas e cafeínas. Mais um dia começa: normal e, convencionalmente, feliz.

"O leão nosso de cada dia nos dai hoje" - o mantra matinal pronunciado em tom solene, "pero sin perder la ternura", costuma dar sorte - isso prova, de uma vez por todas, que o que vale é a intenção.

Por outro lado, as tentativas de fazer do mundo um lugar melhor, têm mostrado exatamente o contrário. Separar o lixo, dar bom dia, essas coisas, não estão funcionando muito bem, apesar da sinceridade da intenção...

Maçã/n.

O documento se abre receptivo. Seu estado transmite a urgência formal das coisas inúteis e mal remunaradas.

Parágrafos menores, cada vez menores, nem as embromations funcionam mais. Não há frase feita, lugar comum, conceito batido, idéia surrada ou trocadilho infame capaz de encher a linguíça magra do discurso vazio.

Não existe oração, por subordinada que seja, que se preste a dizer nada a respeito de coisa nenhuma, nem jogo de palavras que se acomode nos encaixes mal recortados da informação inútil.

Não dá para concluir nem sintetizar...Nem só de texto vive o texto.

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