Imagine if Saddam Hussein were a typeface

No começo dos anos 90, a Futura Extra Bold Condensed reinava tranqüila sobre a falta de imaginação tipográfica dos diretores de arte da época. Grandes títulos foram compostos com essa fonte de Paul Renner, inspirada nos ideais da Bauhaus e desenhada em 1927. E se fossem apenas os bons que usassem a Futura Extra Bold Condensed, tudo bem. Mas também os títulos honestos, os cumpridores, os certinhos, os objetivos, os vendedores, os varejões, e até mesmo os títulos sem-vergonha recorriam à estética funcional da Futura Extra Bold Condensed para expressar as suas idéias ou a para disfarçar a falta delas.

Nesse passado, saturado de Futuras, desculpem o trocadilho, surgiu na revista TDC Typography um anúncio que tinha o seguinte título: IMAGINE IF SADDAM HUSSEIN WERE A TYPEFACE. Grafado, naturalmente, em Futura Extra Bold Condensed e assinado pelo Art Directors Against Futura Extra Bold Condensed. É bom lembrar que naquela época a imagem de símbolo do mal do ditador estava em plena ascensão. Quem criou esse anúncio foi Jerry Ketel, um diretor de arte nascido em Seattle e criado em Portland. Se a sua campanha teve sucesso na comunidade tipográfica não importa muito, o fato é que ela circulou o mundo nos anuários em que constou e talvez esteja no livrão que você está usando para elevar o monitor do seu computador. De qualquer forma, foi uma maneira genial de manisfestar a sua indignação diante da mesmice e ainda faturar uns premiozinhos.

Aproveitando a deixa, o que será que se poderia fazer contra os arabescos?
Essa tendência que espalha motivos florais e firulas curvilíneas, baixadas na internet, por toda superfície capaz de receber impressão. Que transforma qualquer produto gráfico num canteiro efeminado cheio de brincos de princesa, alamandas, heras e glicínias. E provoca suspiros de admiração no terceiro escalão do cliente e assegura a aprovação no primeiro.

Pensando bem, que saudades da Futura Extra Bold Condensed.

Propaganda já deu mais dinheiro

Essa opinão melancólica deve ter conquistado mais um adepto na pessoa de John Wren, presidente do Omnicom.
No ano passado, o principal executivo do grupo recebeu, de acordo com a Advertising Age, apenas US$ 10,4 milhões, perto de três milhões a menos que em 2006, quando depositou na conta US$13,2 milhões. De qualquer forma a sua situação não chega a ser desesperadora. Se essa tendência permanecer ainda vai levar um século para ele chegar a uma situação de pobreza.

Pela milésima vez, frente fria pega Curitiba de surpresa.

Em Curitiba, as frentes frias tardam mas não falham, dizem que foi mais frio, muito mais frio, lembram-se até da neve de 75, das aulas pela manhã, das geadas e do sabor invernal das mimosas.

De qualquer forma, para os tropeiros de passagem, o primeiro frio do ano sempre causa uma visão estranha, porque embora a cidade conviva com as baixas temperaturas há mais de trezentos anos, parece que nunca esteve preparada para recebê-lo.

Então todos fingem surpresa e dão um jeito de sair às ruas para experimentar as rajadas polares nas bochechas rosadas.
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